Em 1830, o Marechal de Campo Miguel Lino de Morais, segundo governador de Goiás Império, propôs a mudança da Capital para a região do Tocantins, próximo de Niquelândia. A Capital de Goiás, no início do século XIX, convivia com a estagnação econômica, provocada pelo término do ciclo do ouro na região.
Outro governador da província de Goiás, José Vieira Couto de Magalhães, retoma o assunto em 1863, exposto em seu livro Primeira Viagem ao Rio Araguaia. Temos decaído desde que a indústria do ouro desapareceu. Ora, a situação de Goiás era aurífera. Hoje, porém, está demonstrado que a criação do gado e agricultura valem mais do que quanta mina de ouro há. Continuar a capital aqui, é condenar-nos a morrer de inanição, assim como morreu a indústria que indicou a escolha deste lugar .
A discussão sobre a necessidade de mudança da capital prosseguiu. A constituição do Estado de 1891, inclusive sua reforma de 1898 e a de 1918, previa taxativamente a transferência da sede do governo, havendo disposto esta última em seu Artigo 5º: A cidade de Goiás continuará a ser a capital do estado, enquanto outra coisa não liberar o Congresso. Mas foi somente com o advento da revolução de 30, em 1933, que o interventor Federal, Pedro Ludovico Teixeira, tomou providências a respeito da edificação da cidade, tornando realidade um sonho que já durava 180 anos.
O objetivo político Pedro Ludovico Teixeira seguiu em conformidade com a Marcha para o Oeste, movimento criado pelo governo de Getúlio Vargas para acelerar o progresso e a ocupação do Centro-Oeste incentivando as pessoas a migrarem para o centro do país, onde havia muitas terras desocupadas. A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de uma infraestrutura básica ligando o Centro-Oeste ao Sul do País. As medidas adotadas pelo inteventor foram: a mudança da capital, construção de estradas internas e a reforma agrária.
Criou-se, em 20 de dezembro de 1932, uma comissão encarregada de escolher o local no qual seria construída a nova capital. O relatório da comissão apontou um sítio nas proximidades do povoado de Campinas, local do atual bairro de Campinas, como lugar ideal para a edificação da futura capital.
Em 6 de julho do ano seguinte, Pedro Ludovico baixou um decreto, encarregando o urbanista Atílio Corrêia Lima da elaboração do projeto da nova capital. Outro urbanista, Armando de Godói, formado na Suíça e na França de onde acabara de voltar, reformula o antigo projeto, inserindo o parcelamento do Setor Oeste e fortes mudanças no arruamento do Setor Sul. Em 1935, Armando assina o plano diretor da cidade.
A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 24 de outubro de 1933 por Pedro Ludovico Teixeira, como homenagem aos 3 anos do início da Revolução de 1930, em pleno altiplano, onde se encontra atualmente o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. O local foi determinado pelo urbanista Atílio Corrêia Lima.
Formação Administrativa
Elevado à categoria de município com a denominação de Goiânia, criado com territórios dos extintos municípios de Campinas e Hidrolândia, pelo Decreto Estadual n.º 327, de 02-08-1935, desmembrado dos municípios de Anápolis, Bela Vista de Goiás e Trindade. Sede na Cidade de Goiás. Constituído de 3 distritos: Goiás, Campinas e Hidrolândia. Instalado em 13-12-1935.A cidade de Goiânia ficou localizada em território do antigo município de Campinas.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 6 distritos: Goiânia, Campinas, Aparecida, Hidrolândia, São Geraldo e São Sebastião do Ribeirão.
Pelo Decreto Estadual n.º 1.816, de 23-03-1937, transfere a capital do estado do município de Goiás para a Goiânia.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 557, de 30 de março de 1938, o distrito de São Sebastião do Ribeirão passou a denominar-se simplesmente Ribeirão. Sob a mesma Lei é extinto o distrito de Campinas, sendo seu território anexado ao município de Goiânia, como simples zona administrativa.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.233, de 31-10-1938, o município teve seu território acrescido pelo território do extinto município de Trindade. Sob a mesma Lei é extinto o distrito de Aparecida, sendo seu território anexado ao distrito sede de Goiânia.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 5 distritos: Goiânia (Capital), Hidrolândia, Ribeirão, São Geraldo e Trindade.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 8.305, de 31-12-1943, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Trindade. Elevado à categoria de município. Sob a mesma Lei, o distrito de Hidrolândia passou a denominar-se Grimpas, São Geraldo a chamar-se Goianira e Ribeirão tomou a denominação de Guapó.
Pela Lei Estadual n.º 171, de 08-10-1948, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Guapó. Elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 223, de 05-10-1948, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Grimpas elevado à categoria de município com a denominação de Hidrolândia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Goianira.
Pela Lei Municipal n.º 239, de 31-03-1953 é criado o distrito de Senador Canedo (ex-povoado), desmembrado do distrito sede de Goiânia e anexado ao município de Goiânia.
Pela Lei Estadual n.º 2.363, de 09-12-1958, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Goianira. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Senador Canedo.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
Pela Lei Estadual n.º 10.435, de 09-01-1988, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Senador Canedo. Elevado à categoria de município.
Pelo Decreto n.º 666, de 05-06-1990, é criado o distrito de Abadia de Goiás e anexado ao município de Goiânia.
Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Abadia de Goiás.
Pela Lei Estadual n.º 12.799, de 27-12-1995, é desmembrado do município de Goiânia o distrito de Abadia de Goiás. Elevado à categoria de município.
Pela Lei n.º de 7.257, de 17-11-1993, é criado o distrito de Vila Rica e anexado ao município de Goiânia.
Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Vila Rica.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte: IBGE