possível e rendosa a colheita de ouro.
O fato, como era óbvio, transformou a região de um momento para outro, surgindo, assim, movimentado arraial com população ávida e esperançosa de descobrir, ali, o sonhado e rico metal.
Os cronistas se referem, com certo entusiasmo, às precárias minas do Ceará Colonial, na quadra dos capitães-mores. A verdade, todavia, é que estas faladas minas não passaram de tentativas frustradas. Delas, porém, surgiram várias cidades, dentre as quais a que hoje é cabeça de comarca e sede progressista de um dos mais ricos municípios do Ceará.
O episódio histórico iniciou-se em 1712, quando o Governador de Pernambuco se interessou junto aos administradores do Ceará no sentido de iniciar a mineração no Cariri. Somente em 1752, Luís Quaresma Dourado, capitão-mor, seguiu em demanda de Missão Velha. Entrementes, é enviado de Pernambuco o sargento-mor Jerônimo Mendes da Paz, que se encarregaria de cobranças do quinto e de estabelecer a paz, visto como havia sérias inquietações nas cercanias da mineração. A notícia da cata ao ouro correu mundo e, aos milhares, afluíram ao local homens e mulheres. Houve, então, quem se pusesse a indagar sôbre supostas minas em outros pontos, mesmo mais longínquos e que reclamavam dias de penosas viagens. Não tardou a informação que correu célere: "Na Mangabeira há ouro pra peste."
Um mundo de ourives e de mineradores veio fazer residência no novel arraial que se levantava com casario de tapume, em forma de arruado. Tudo corria animadoramente quando, em 1758, chega a Icó a notícia da supressão das minas do Cariri. A Côrte de Lisboa reclamava impostos, pesados tributos, e uão sendo atendida, voltava-se contra o comércio do ouro. Em 1767 a medida se estendia para todo o Brasil e o próprio tempo se encarregava de deslocar os mineradores p~tra o labor da agricultura e da pecuária.
Mas Lavras de Mangabeira ficara como marcante sinal daquela época singular da nossa história. Surgira da mineração que fôra feita nos :;eus rios e arroios.
O povo deu ao antigo arraial vários nomes: Mangabeira, Lavras, São Vicente Férrer, São Gonçalo de Lavras. Ao correr dos anos, o lugarejo foi tomando ares de pequeno povoado progressista.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira, por Resolução Régia, de 30-08-1813.Elevado à categoria de vila com a denominação de São Vicente das Lavras, por Resolução Régia de 20-05-1816, desmembrado de Icó. Sede na povoação de São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira. Instalado em 08-01-1818.
Pelo Ato Provincial de 17-03-1872, é criado o distrito de São Francisco e anexado a vila de São Vicente das Lavras de Mangabeira.
Elevado à condição de cidade com a denominação São Vicente das Lavras, pela Lei Provincial n.º 2.075, de 20-08-1884.
Pelo Ato de 27-07-1904, é criado o distrito de São José e anexado ao município de São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município denomina-se simplesmente Lavras é constituído de 3 distritos: Lavras, São Francisco e São José.
Pelo Decreto Estadual n.º 1.156, de 04-12-1933, são criados os distritos de Paiano, Riacho Fundo e anexados ao município de Lavras.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 5 distritos: Lavras, Paiano, Riacho Fundo, São Francisco e São José.
Pelo Decreto Estadual n.º 135, de 20-09-1935, o município de Lavras adquiriu o distrito de Ouro Branco do município de Baixio.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 6 distritos: Lavras, Ouro Branco, Paiano, Riacho Fundo, São Francisco e São José.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 448, de 20-12-1938, o distrito de São Francisco passou a denominar-se Rosário, distrito São José a denominar-se Mangabeiras e Paiano a denominar-se Arrojado.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Lavras é constituído de 6 distritos: Lavras, Arrojado (ex-Paiano), Mangabeiras (ex-São José), Ouro Branco, Riacho Fundo, Rosário (ex-São Francisco).
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.114, de 30-12-1943, o município de Lavras passou a denominar-se Lavras da Mangabeira, o distrito de Riacho Fundo a denominar-se Iborepi, Rosário a denominar-se Quitaiús e Ouro Branco a denominar-se Amaniutuba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 6 distritos: Lavras da Mangabeira, Amaniutuba (ex-Ouro Branco), Arrojado, Iborepi (ex-Riacho Fundo), Mangabeira e Quitaius (ex-Rosário).
Pela Lei Estadual n.º 6.621, de 26-09-1963, é desmembrado do município de Lavras da Mangabeira o distrito de Mangabeira. Elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 6.622, de 26-09-1963, é desmembrado do município de Lavras da Mangabeira o distrito de Amaniutuba. Elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 6.962, de 19-12-1963, é desmembrado do município de Lavras da Mangabeira o distrito de Arrojado. Elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 6.969, de 19-12-1963, desmembrado do município de Lavras da Mangabeira o distrito de Quitaiús. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos: Lavras de Mangabeira e Iborepi.
Pela Lei Estadual n.º 8.339, de 14-12-1965, o município de Lavras de Mangabeira adquiriu os extintos municípios de Amaniutuba, Arrojado, Mangabeira e Quitaiús como distritos, pois foram criados e não instalados.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 6 distritos: Lavras de Mangabeira, Amaniutuba, Arrojado, Iborepi, Mangabeira e Quitaiús.
Assim permanecendo em divisão territorial datada 2007.
Fonte: IBGE