Até o ano de 1775, o local onde assenta a cidade de Assaré não era povoado em suas adjacências, num raio de 3 léguas, consistindo apenas em um campo nu de vegetação, à exceção de algumas carnaubeiras e moitas de "pereiros", uma ou outra oiticica às margens de pequenos regatos que sulcam o terreno e correm no inverno; e mais uma infinidade de pequenos olhos-dágua, nas encostas da serra e nas gargantas e cachoeiras e a soberba pastagem nas várzeas e "escalvados", tornavam-no apropriado para a criação em geral.
Naquele ano Alexandre da Silva Pereira, filho de Manoel da Silva, adquirindo as terras do local e adjacências, veio estabelecer-se com a família, criação e escravatura, à margem do regato mais volumoso da região, ficando-lhe ao norte a várzea de carnaubal, e ao sul, os campos de "lagoa da pedra".
O proprietário tornou-se em breve conhecido e respeitado, mesmo em zonas distantes, dada a facilidade de comunicação, por que aí se cruzavam as mais movimentadas estradas da época: a Cariri -Inhamuns com a Piauí - Sertões do Baixo (Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte); resultando um "pouso certo" e confortável para os transeúntes que aproveitavam as ocasiões para transações, transformando a fazenda em entreposto comercial.
Visando a promover o povoamento fêz o proprietário diversas doações de terras em torno da fazenda, tendo o cuidado de reservar uma parte para o patrimônio do orago da futura freguesia.
Em 1823, os independentes do Ceará Grande, organizando a expedição que foi conhecida por "Marcha de Caxias", a fim de sufocar os rebeldes do Piauí, transformaram o povoado em campo de concentração, ficando aí aquartelados, o que concorreu para melhorar as condições do Povoado.
Em 1831 ia ser elevado a distrito de paz, quando a revolução de Joaquim Pinto Madeira irrompeu no Cariri, vindo estas terras a ser teatro de lutas entre liberais e corcundas.
A sede da freguesia, entretanto, ficou em Santana do Brejo Grande (1838), local impróprio. A construção da igreja matriz começou em 1842 no local da primitiva capelinha.
Em 1844, foi construído, a expensas da padroeira, o açude Banguê, depois denominado "Açude de Nossa Senhora".
Assaré passou a sede de freguesia em 1850, com a transferência, para aí, da de Santana do Brejo Grande (Santana do Cariri), com a nova denominação de Nossa Senhora das Dores.
O Município de Assaré surgiu a 19 de julho de 1865, completando, este ano, o seu primeiro centenário.
Origem Topônimo: Palavra índigena composta de IÇÁ (estaca) e ERE (Partícula afirmativa) Naturalmente alguma estaca ali encontrada pelos índios e que atraiu-lhes a Atenção> Para o Barãode Studart: AÇA-RÉ, ou seja A travessia diferente, A Talho. Pompeu Sobrinho. Presume que o vocábulo Tupico, mas Tapuia.
Gentílcio: assareense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Assaré, pela lei provincial nº 520, de 04-12-1850.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Assaré, pela provincial nº1152, de 19-071865, desmembrado de Saboeiro. Sede na povoação de Assaré. Connstituído do distrito sede. Instalado em 11-01-1869.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Pelo ato estadual de 07-06-1920, é criado o distrito de Tarrafas e anexado ao município de Assaípio de Assaré.
Pelo decreto estadual nº 1156, de 04-12-1933, é criado o distrito de Amaro e anexado ao município de Assaré.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 6 distritos: Assaré, Amaro, Araras, Brejinho, Chique-Chique e Tarrafas. Sendo Brejinho e Chique-Chique pertencente ao extinto município de Araripe.
Pelo decreto estadual nº 1540, de 03-05-1935, desmembra do município de Assaré o distrito de Chique-Chique. Para formar o novo município de Araripe.
Em divisão territorial datadas de 31-XII-1936, o município é constituído de 5 distritos: Assaré, Amaro, Araras, Brejinho e Tarrafas.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1937, o município é constituído de 4 distritos: Assaré, Amaro, Araras e Tarrafas. Não figurando o distrito de Brejinho passou a pertencer ao município de Araripe
Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Araras passou a denominar-se Aratama.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos: Assaré, Amaro, Aratama ex-Araras e Tarrafas.
Pelo decreto estadual nº 2194, de 15-12-1955, Assaré adquiriru o distrito de Altaneira do município de Quixabá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 5 distritos: Assaré, Amaro, Aratama e Tarrafas.
Pela lei estadual nº 4396, de 18-12-1958, desmembra do município de Assaré o distrito de Altaneira. Elevado à categoria de muicípio.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 4 distritos: Assaré, Altaneira, Amaro, Aratama e Tarrafas.
Pela lei estadual nº 6333, de 14-06-1963, desmembra do município de Assaré o distrito de Amaro. Elevado à categoria de município com a denominação de Amaro do Ceará.
Pela lei estadual nº 6568, de 18-09-1963, desmembra do município de Assaré o distrito de Aratama. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 6810, de 03-12-1963, desmembra do município de Assaré o distrito de Tarrafas. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Pela lei estadual nº 8339, de 14-12-1965, Assaré adquiriu os extintos municípios de Amaro, Aratama e Tarrafas.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 4 distritos: Assaré, Amaro, Aratama e Tarrafas.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-VIII-1988.
Pela lei estadual nº 11360, de 21-10-1987, desmembra do município de Assaré o distrito de Tarrafas. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 17-I-1991, o município é constituído de 3 distritos: Assaré, Amaro e Aratama.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Fonte: IBGE