João Pacheco de Lima comprou uma área localizada ao longo do espigão mestre, divisor das águas dos rios Tietê e São José dos Dourados. Em Junho de 1936, ele juntamente com seu filho Paulo e com os amigos Waldevino Nery dos Reis, Antônio Joaquim Nery e José Joaquim Nery se deslocaram de Ipiguá, próximo a São José do Rio Preto e vieram conhecer as terras.
Nesta visita, Pacheco e Antônio foram os responsáveis pela escolha de onde seria iniciado o povoado. Nessa época, o critério utilizado pelos dois levou em consideração o ponto mais alto, que hoje compreende-se a praça da matriz. Após o reconhecimento, um rancho foi construído próximo à figueira para abrigar a comitiva. Nesse mesmo dia, os irmãos Nery aceitaram o convite de Pacheco para a constituição do povoado.
No dia 06 de setembro de 1936, Waldevino Nery dos Reis e Ernestina Nery se mudavam definitivamente para o povoado. Na ocasião, outros pioneiros junto com suas famílias também vieram para o povoado: Ozório Messias de Almeida, Joaquim Graciano Paiva, Sebastião Machado, Filadelfo Rodrigues de Souza, Francisco Higino, Antônio Barbosa, João Fernandes, Amâncio Ferreira entre outros. Com a chegada destas famílias foi aberta uma clareira maior na mata e construído novos ranchos. Naquela ocasião, funda-se a Vila Pacheco.
O cruzeiro foi levantado próximo a figueira em 02 de novembro de 1936, sendo produzido pelo carpinteiro Manoel Saturnino e doado por Agostinho Cipriano Nery. A figueira se tornou o marco histórico, afirma Alcino Messias de Almeida: Nós sofremos muito no começo, pois a vila era muito mato e tivemos que ir abrindo clareira entre a selva, mas a figueira ganhou destaque devido a sua exuberância. Seu Alcino se lembra do momento em que ajudou a arrancar a figueira. Infelizmente ela estava no centro da cidade e precisou ser cortada para o crescimento de Auriflama, concluiu Messias.
Ernestina Nery, de 96 anos, esposa do saudoso Waldevino Nery dos Reis, relembra essa nova etapa da vida. Conta ela: O momento mais marcante foi encontrar este lugar e começar tudo de novo. Depois que chegamos aqui, no outro dia se fez queimada. No começo construímos uma casinha de pau-a-pique e depois de algum tempo mudamos para a Estrada da Serrinha. Nossa vida era de sacrifício, mas para os homens era mais difícil ainda.
Em 20 de novembro de 1937, nas proximidades do cruzeiro, o Padre Agostinho dos Santos Pereira celebrou a primeira missa do vilarejo. Com isso, oficialmente fundava-se a Vila Áurea, nome que homenageia Áurea de Souza Lima, filha de João Pacheco de Lima.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Auriflama, pelo Decreto-lei Estadual n.º 14.334, de 30-11-1944, com terras desmembradas dos distritos de sede do município de General Salgado e Major Prado, do município de Araçatuba, subordinado ao município de General Salgado.Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito de Auriflama figura no município de General Salgado.
Elevado à categoria de município com a denominação de Auriflama pela Lei Estadual n.º 2.456, de 30-12-1953, desmembrado do município de General Salgado. Sede no antigo distrito de Auriflama. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1955.
Pela Lei Estadual n.º 5.285, de 18-02-1959, é criado o distrito de Guzolândia (ex-povoado) e anexado ao município de Auriflama.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Auriflama e Guzolândia.
Pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02-1964, é desmembrado do município de Auriflama o distrito de Guzolândia. Elevado à categoria.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2017.
Fonte: IBGE