HISTÓRICO
Nos primeiros anos do século XVIII um dos caminhos para se chegar às Minas do Ouro era o do Rio São Francisco, conhecido como "caminho dos currais". Apesar de determinação Real no sentido de proibir o comércio pelo caminho do São Francisco, uma vez que este estava inserido no sertão da capitania e não havia estrutura administrativa para arrecadação dos impostos por parte da Coroa, os currais nas margens do rio eram foram multiplicando-se e o comércio continuou cada vez mais ativo.
Objetivando conquistar uma ilha que dividia o São Francisco em dois "braços", o capitão Manuel Francisco de Toledo, guiado por Manuel Pires Maciel, entrou em violento conflito com índios Caiapós que habitavam o local. Estes foram cruelmente exterminados e os que restaram vivos foram expulsos de suas terras. No dia desse embate (23 de outubro de 1719), a Igreja celebrava a festa de São Romão. Segundo Diogo de Vasconcelos daí veio o nome da ilha e do povoado.
Surgiram importantes empórios comerciais como o arraial de São Romão devido à produção e a intermediação das mercadorias. É mister registrar que, essa região agro-pastoril pouco sofria com a tributação colonial. Até a instituição da taxa de capitação, em 1736. Eclodiram, então, uma série de movimentos denominados pelos historiadores de "motins do sertão do São Francisco", em função do repúdio da população ao pagamento do novo sistema tributário, resultando na tomada do arraial de São Romão. As autoridades repreenderam e colocaram fim ao movimento prendendo os líderes do motim.
Quando da criação do arraial, foi estabelecido um Julgado naquela localidade. Contudo, com a criação da vila de Paracatu, o Julgado foi abolido e os moradores de São Romão ficaram sujeitos à Justiça de Paracatu. Após diversas queixas e requerimentos dos moradores do arraial, que sofriam com a distância até Paracatu, em 1807 foi restabelecido o Julgado de São Romão.
Apenas no século XIX, no ano de 1831, aos 13 dias do mês de outubro, o arraial de São Romão foi elevado à categoria de vila, recebendo o nome de Vila Risonha de Santo Antônio da Manga de São Romão.
Entre 1836 e 1855 o engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld percorreu a província de Minas Gerais e, segundo seus levantamentos oficiais, a vila de São Romão contava com aproximadamente 6.000 habitantes e estava subordinada à Comarca do São Francisco. Em 1871 foi aprovada a Lei nº 1755 que estabelecia a transferência da sede da vila de São Romão para a vila das Pedras dos Angicos (atual cidade de São Francisco). Em 1874 os vereadores da Câmara Municipal de São Romão enviaram um ofício ao Presidente da Província de Minas Gerais solicitando o cumprimento da transferência da sede da Vila de São Romão para a freguesia das Pedras dos Angicos. Apenas no ano de 1887 a freguesia e a sede em São Romão foram restabelecidas pela Lei nº 3485.
A 07 de setembro de 1923 a Vila Risonha de Santo Antônio da Manga de São Romão é elevada a município pela Lei Estadual nº 843. A cidade recebe o nome de São Romão simplesmente. A instalação solene do município ocorre em 03 de março de 1924.
O município foi elevado à Comarca de Primeira Instância em março de 1955 pelo Decreto-Lei estadual nº 4457. Em junho do ano de 1986 ocorre a sua reinstalação pelo Poder Judiciário. Integram a comarca de São Romão o município de mesmo nome, o município de Santa Fé de Minas e o distrito de Ribanceira.
GENTÍLICO
Sanromanense
Fonte: IBGE