HISTÓRICO:Os primitivos habitantes dos Sertões de São Sebastião, onde se ergueria o arraial, eram os indígenas da nação "Cataguás", da tribo "Mandibóia", que significa " cobra enrolada, preparada para dar o bote".A chegada dos primeiros moradores ocorreu por volta de 1.790, com a cessão de duas sesmarias. A primeira ao capitão Manoel Luiz Ferreira do Prado e a segunda ao português Agostinho Fernandes de Lima, também conhecido por Agostinho Barata.A primeira casa foi construída na Fazenda Espírito Santo, que tinha produção abundante de cereais, toucinho e rapadura, e pertencia ao capitão Manoel Luiz Ferreira do Prado.Agostinho Ferreira do Prado, que instalou a Fazenda da Mata, possuía fartos recursos e povoou e cultivou suas terras mais rapidamente do que Manoel Ferreira do Prado. As grandes lavouras de cereais, cana de açucar e as pastagens efetivadas na fazenda atraíram grandes levas de colonos. Agostinho Barata adquiriu e fez transportar desde São Paulo, por carroções, o maquinário destinado à instalação de engenhos. Prestou grandes benefícios ao abrir caminhos para os povoados vizinhos: Catanduvas (Varginha). Mutuca (Elói Mendes), Santo Antonio de Machado (Machado) e São José e Dores de Alfenas (Alfenas).Em 1.805, a sesmaria do capitão Manoel Luiz Ferreira do Prado começou a ser retalhada, com cessão e venda de terras para o povoamento do sertão, conforme exigência do Juiz de Sesmaria de São João Del Rei.Por volta de 1.815, a região já era bem povoada. Com a construção de uma capela, em terras doadas por Amaro José do Vale e sua mulher Maria Rosa de São José, nascia o arraial de Nossa Senhora do Carmo.A rua que ligava as sesmarias e a capela não era, na realidade, mais do que uma simples "picada" e, como demorassem a estocá-la, ficou cheia de "tocos" , dando origem ao nome de Arraial de Nossa Senhora do Carmo dos Tocos ou simplesmente Carmo dos Tocos.Algum tempo depois, acampou no povoado um grupo de ciganos e, na partida deles, uma moça do arraial fugiu com o grupo. A família da moça e alguns moradores do lugarejo saíram ao encalço dos ciganos. De emboscada, nos caminhos da Mutuca (Elói Mendes), no local denominado, ainda hoje, de Leva Tapas, atacaram os carroções que transportavam os ciganos, incendiando-os. Dizimaram o grupo, na tragédia que ficou conhecida como A Escaramuça dos Ciganos. Desde então, o arraial passou a denominar-se Arraial de Nossa Senhora do Carmo da Escaramuça dos Ciganos, ou simplesmente: Carmo da Escaramuça.Em 1.840, o povoado de Carmo da Escaramuça foi elevado à categoria de distrito, mantendo o mesmo nome e tendo como pároco o padre Luiz Gomes de Oliveira.Como um dos centros de propaganda republicana, a agitação política foi intensa na localidade, tendo sido realizado, em 1.888, o Primeiro Congresso Regional Republicano do Sul de Minas, ao qual compareceram líderes do movimento, dentre eles: Américo Werneck, Alexandre Stoclker, Leonel Resende, Lúcio de Mendonça. Júlio Bueno, Francisco Bressane, Oliveira Andrade e Padre Calixto.Por volta de 1.885, foi introduzida a cafeicultura que iria se constiituir em uma das maiores riquezas do sul de Minas.Com a emancipação política, em 1.911, a localidade teve grande desenvolvimento, com destaque para as lavouras de cereais, cana de açucar e café.Em 1.917, inauguraram-se os primeiros 25 quilômetros da Estrada de Automóvel Pontalete-Paraguaçu-Machado que, mais tarde, se estenderia até Poços de Caldas.Gradativamente a pecuária também foi ganhando vulto e a instalação de indústrias de grande porte, como a Paraguaçu Textil Ltda (ex-Companhia Nacional de Estamparia), além de outras indústrias do setor do vestuário transformaram a realidade econômica do município que têm na atividade industrial (texteis e vestuário), nos setores de serviços e na agropecuária (produção de café e leite) as principais fontes de emprego e renda do município.Origem do topônimo: Resulta da escolha ou sugestão do senador Gaspar Ferreira Lopes. Paraguaçu é de etimologia tupi-guarani e significa: PARA (rio) e GUAÇU (grande).Gentílico: Paraguaçuense.FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA:A Lei provincial n.º 168, de 15 de março de 1.840, criou o distrito de Nossa Senhora do Carmo da Escaramuça.A Lei estadual n.º 2, de 14 de setembro de 1.891, confirmou a criação do distrito.A Lei estadual n.º 556, de 30 de agosto de 1.911, criou o município com o nome de Paraguaçu, com território desmembrado de Machado. A instalação do município verificou-se em 01 de junho de 1.912, formado por um só distrito: o da Sede.No Recenseamento Geral de 1.920, figura com dois distritos, o de Paraguaçu (Sede) e o de Pouca-Massa.Pela Lei estadual n.º 843, de 07 de setembro de 1.923, o município anexou ao seu território o distrito de Fama, desmembrado de Alfenas e passa a constituir-se de três distritos: Paraguaçu (Sede), Fama e Paramirim (antigo Pouca-Massa).A Lei estadual n.º 893, de 10 de setembro de 1.925, elevou a sede do distrito à categoria de cidade, permanecendo com os mesmos três distritos.Nos Decreto-lei n.º 88, de 30 de março de 1.938 e Decreto-lei n.º 148, de 17 de dezembro de 1.938 permanece com idêntica organização.
No Decreto-lei n.º 1.058, de 31 de dezembro de 1.943, o município de Paraguaçu compreende, como anteriormente, três distritos: Paraguaçu (Sede), Fama e Guaipava (ex-Paramirim).
Em 01 de janeiro de 1.948, por emancipação a município do distrito de Fama, Paraguaçu perde este território e passa a constituir-se de dois distritos: Paraguaçu (Sede) e Guaipava.
FORMAÇÃO JUDICIÁRIA:
O termo judiciário, subordinado à comarca de Machado, teve sua criação em 01 de janeiro de 1.917. A comarca de Paraguaçu foi criada em 01 de janeiro de 1.940. Atualmente é de 1ª entrância e sua jurisdição abrange os termos de Paraguaçu e Fama.
Fonte: IBGE