A conquista da região vinha sendo estruturada há muitos anos. Em 1722, quando Tomás do Lago Medeiros recebeu a patente de Coronel de Paracatu, o direito de guardamoria e o privilégio de distribuição das datas de terras desta região, o ouro não havia sido descoberto, mas a região já era conhecida e havia a expectativa da descoberta de metais preciosos por ali. Em documento datado de 1722, era exigido dele como contrapartida pelos privilégios recebidos, zelar pela boa composição do povoamento a ser estabelecido nestas paragens: terá grandíssimo cuidado de que na gente com que entrar na dita conquista haja toda quietação e sossego, para o que aproveitara muito não levar em sua companhia criminosos, nem malfeitores antes pessoas que vão só a ela, não por fugirem à justiça, mas por buscar a conveniência nos descobrimentos.
Os cuidados que as prováveis regiões mineradoras mereciam das cortes portuguesas indicam a importância dessa atividade para a economia da época.
Descoberto o ouro, a atração exercida pela abundância com que este fluía de seus veios dágua contribuiu para o rápido crescimento do Arraial de São Luiz e SantAnna das Minas do Paracatu. Após período de grande crescimento, o arraial foi elevado à vila com o nome de Paracatu do Príncipe, em 1798, por um alvará de D. Maria (a louca).
A efêmera riqueza logo se dissipou e o declínio produtivo do ouro aluvial provocou a decadência econômica da vila. Dos tempos de glória, a cidade conservou duas igrejas construídas no século XVIII tombadas pelo patrimônio histórico que abrigam uma grande coleção de imagens sacras dos séculos XVIII e XIX.
A cidade retomou seu crescimento com base na agropecuária e viveu uma efervescência cultural no século XIX, da qual ainda hoje se orgulha. Desta época ainda existe um conjunto arquitetônico com características particulares e um interesse por todos os tipos de manifestações artísticas e culturais.
Em meados do século XX, com a construção de Brasília, a região tomou novo impulso e Paracatu beneficiou-se da sua situação às margens da BR 040. A transferência da capital federal para o interior do país já havia sido sugerida durante o período monárquico por José Bonifácio de Andrada, que apontou como ideal a localização da comarca de Paracatu. A modernidade chegou trazendo inúmeras transformações, que vão desde um incremento da economia até uma mudança de mentalidade que inclui novos valores, nova arquitetura e novo estilo de vida.
Paracatu conta hoje com uma agricultura altamente tecnificada, implantada em larga escala; com uma pecuária intensiva; uma exploração mineral das mais modernas do mundo; convivendo com uma exploração agrícola rudimentar de subsistência e uma pecuária extensiva. No campo da mineração, o antigo método do garimpo foi interditado.
A cidade se mantém como pólo irradiador de cultura, de tecnologia e de desenvolvimento dentro da região Noroeste de Minas Gerais e se orgulha de sua gente hospitaleira, laboriosa e da sua tradição artística e cultural.
Formação Administrativa
Distrito criado com denominação de Paracatu do Príncipe por Alvará de 26-10-1798, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891.Elevado à categoria de vila com a denominação de Paracatu do Príncipe por Alvará de 20-10-1798, sendo desmembrado de vila de Sabará. Sede na antiga vila de Paracatu do Príncipe. Instalada em 18-12-1799.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Paracatu pela Lei Provincial n.º 163, de 09-03-1840.
Pela Resolução de 31-05-1815 e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Buritis e anexado ao município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 239, de 30-11-1842, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Guarda-Mor e anexado ao município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 1.627, de 06-11-1869, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Lajes e anexado ao município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 1.993, de 13-11-1873, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Rio Preto e anexado ao município de Paracatu.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, foram criados o distritos de Formoso e Morrinhos e anexados ao município de Paracatu.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 7 distritos: Paracatu, Buritis, Formoso, Guarda Mor, Lajes, Morrinhos e Rio Preto. Assim permanecendo nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920.
A Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, desmembra do município de Paracatu os distritos de Buritis, Formoso e Arinos para constituírem o novo município de São Romão. Pela mesma Lei Estadual é criado o distrito de Garapuava e anexado ao município de Paracatu. O distrito de Rio Preto tomou o nome de Unaí.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o município é constituído de 5 distritos: Paracatu, Guarapuava, Guarda-Mor, Lajes e Unaí.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, é criado o distrito de Vazantes com terras desmembradas do distrito de Guarda-Mor e anexado ao município de Paracatu.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, o município é constituído de 6 distritos: Paracatu, Garapuava, Guarda-Mor, Lajes, Unaí e Vazante.
O Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, desmembra do município de Paracatu os distritos de Unaí, Fróis e Garapuava, para constituírem o novo município de Unaí.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944 a 1948, o município é constituído de 3 distritos: Paracatu, Guarda-Mor e Vazante.
Pela Lei n.º 336, de 27-12-1948, o distrito de Vazante teve sua grafia alterada para Vasante.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é constituído de 3 distritos: Paracatu, Guarda-Mor e Vasante.
A Lei n.º 1.039, de 12-12-1953, desmembra do município de Paracatu os distritos de Vasante e Guarda Mor, para constituírem o novo município de Vazante.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fonte: IBGE