Nos limites da Vila de Mogi, em 1663, havia uma estrada chamada estrada de Guaió, que era passagem daqueles que pretendiam sair de São Paulo rumo a Mogi das Cruzes ou vice-versa, bem como daqueles que se dirigiam a Santos. Com a invasão das terras da Aldeia do Ururaí, depois São Miguel, muitas pessoas espalharam-se por este território alcançando a região de Ribeirão Pires nos fins do século XV. Ribeirão Pires, que se chamava Caaguaçu (mata grande ou mata virgem), mantinha uma integração com os moradores de São Miguel. No decorrer dos anos, esses caminhos foram aperfeiçoados por bandeirantes, garimpeiros e milícias.
No século XVII, as terras nas proximidades da Serra do Mourão passaram a ser cobiçadas. Um novo processo de povoamento passou a acontecer, baseado na exploração das minas de ouro. Caaguaçu, que estava no caminho para essas minas, passou a ser conhecida, pois até então era quase inexplorada.
Houve a formação de um núcleo de povoamento na região decorrente da exploração do ouro, mas que não durou muito tempo.
A partir do dia 25 de março de 1714, com a construção da Igreja Nossa Senhora do Pilar, o povoamento de Ribeirão Pires ganhou novo impulso. Famílias que chegavam passaram a construir casas, igrejas e a dinamizar o comércio, até antão incipiente. Contribuiu para esse processo o fato da região ser passagem entre São Bernardo e Mogi das Cruzes.
Durante o século XIX, a produção cafeeira expandia-se pelo Estado, exigindo a implantação de uma ferrovia que ligasse as áreas produtoras ao Porto de Santos. A estação de Ribeirão Pires foi inaugurada em 1885. Às margens da ferrovia cresciam núcleos de povoamento e comércio, desenvolvendo a região.
A presença da cultura italiana na região também foi marcante. A criação da colônia italiana em 1887 superou a ocupação em torno da Igreja do Pilar. A demarcação da área central ocorreu em 1893, contando com 149 famílias, a maior parte em lotes urbanos. Na parte alta da cidade, onde se localiza a Igreja de São José (1895), foi traçada a sede do núcleo. Nas áreas próximas à ferrovia também foram implantados lotes.
Na segunda metade do século XIX, a São Paulo Railway & Co impulsionou o crescimento e desenvolvimento da extração de madeiras destinadas à produção de dormentes e à fornalha, além da produção de tijolos e telhas em olarias, produto cuja matéria-prima é farta na região, devido à presença de solo argiloso.
Na década de 40, ocorreu uma nova fase de expansão, com a implantação de chácaras de veraneio para moradores provenientes da Baixada Santista, em busca de áreas de lazer.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Ribeirão Pires, pela Lei Estadual n.º 401, de 22-06-1836, no município de São Bernardo.Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Ribeirão Pires figura no município de São Bernardo.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto Estadual n.º 9.775, de 30-11-1938, foi transferida a sede do município de São Bernardo para Santo André, passando o distrito a pertencer ao município de Santo André.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Ribeirão Pires figura no município de Santo André.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950.
Elevado à categoria de município com a denominação de Ribeirão Pires, pela Lei Estadual n.º 2.456, de 30-12-1953, desmembrado do município de Santo André. Sede no antigo distrito de Ribeirão Pires. Constituído de 3 distritos: Ribeirão Pires, Icatuaçu e Iupeba, ambos criados pela lei de criação do município acima citada. Instalado 01-01-1955.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 3 distritos: Ribeirão Pires, Icatuaçu e Iupeba.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02-1964, é desmembrado do município de Ribeirão Pires o distrito de Icatuaçu. Elevado à categoria de município com a denominação de Rio Grande da Serra.
Pela Lei n.º 9.887, de 31-10-1967, é alterada a denominação do distrito de Iupeba para Ouro Fino Paulista.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 3 distritos: Ribeirão Pires, Icatuaçu e Ouro Fino Paulista (ex-Iupeba).
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
Pela Lei Estadual n.º 4.954, de 27-12-1985, é criado o distrito de Jardim Santa Luzia e anexado município de Ribeirão Pires.
Em divisão territorial datada de 01-VI-1995, o município é constituído de 3 distritos: Ribeirão Pires, Jardim Santa Luzia e Ouro Fino Paulista.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Fonte: IBGE