Coronel João Sá

Bahia

 

História de Coronel João Sá - BA

HISTÓRIA


CORONEL JOÃO SÁ: HISTÓRIA DE UMA TERRA E DO SEU POVO


1- ANTES DE SER BEBEDOURO, TERRITÓRIO DOS ÍNDIOS CARIRIS:

O Nosso município, como a grande maioria dos municípios brasileiros eram habitados por índios antes da chegada dos portugueses. Com a chegada dos portugueses esses povos em alguns lugares foram dizimadas, foi o que aconteceu em nosso município. Os nativos atualmente não existem, em Coronel João Sá, mas algumas fontes podem comprovar esta existência. Primeiro, A presença lendária da mãe Carira em nosso município. Segundo, O nome Iguaba que foi denominado a este município em um segundo momento, que é de origem indígena. Terceiro, a pintura rupestre contida na Pedra da Igreja.

Existe um misto de lenda e realidade na história de Mãe Carira. Conta-se que moradores da Barra Larga, derrubavam grandes áreas para a plantação de milho. Com isso, os índios eram afastados para longe. A reação dos nativos foi furtar o milho. Os donos das roças faziam tocaias, mas não tinham sucesso. Os proprietários resolveram fazer um acampamento dentro das roças.

Assim que os índios, foram surpreendidos e os mais velhos, entre eles Mãe Carira, foram alcançados pelos cães. Muito ferida, ela ainda conseguiu correr, mas caiu nas proximidades de um pé de Jequiri, ao lado da casa do vaqueiro João Martins. Ele socorreu a velha índia e cuidou dos seus ferimentos.

Pouco depois, Mãe Carira morreu, e teria sido enterrada pelo vaqueiro no mesmo lugar onde caiu ferida. Em sua cova, uma grande cruz de madeira foi fixada e os poucos moradores da aldeia de João Martins começaram a chamar o lugar de povoamento Mãe Carira.

No ano de 1943 o povoamento Bebedouro seria rebatizado de Iguaba, que em tupi significa fonte de beber água, é um forte comprovante da existência de nativos antes dos portugueses.

Quanto à pintura rupestre contida na Pedra da Igreja, ela assemelha se muito a outras pinturas contidas em diversas partes do Brasil, mostrado mais uma vez que a existência de nativos antes da chegada dos colonizadores é muito forte.


2- BEBEDOURO NO CONTEXTO DA EXPANSÃO DA PECUARIA BOVINA NO NORDESTE:

Com a divisão do Brasil em Capitanias-Hereditárias, o território que corresponde hoje ao município de Coronel João Sá estava inserido na Capitania de Pernambuco, uma das únicas que prosperaram devido o plantio de cana-de-açúcar, mas o povoamento a principio limitou-se ao litoral. Com doação de sesmarias nosso município seria inserido na sesmaria de Garcia DÁvila, homem que exerceu notável influência no desbravamento do nordeste baiano, capturando índios e fundando currais para criação de gado. A pecuária bovina foi introduzida no Brasil em meados do século XVI e se desenvolveu inicialmente em Pernambuco e na Bahia, de onde penetrou para os sertões brasileiros. Na Bahia as primeiras cabeças de gado bovino chegaram em 1549, trazidas pelo governador-geral Tomé de Sousa.

Inicialmente, a criação de gado desenvolveu-se no litoral e nas áreas de agricultura da cana. Mas, com o grande aumento do rebanho, chegou um certo momento em que, devido às constantes invasões do gado nos canaviais para comer as mudas ou a própria cana, tornou-se impossível manter a criação no litoral ou na mesma área de cultivo da cana. Foi quando então, em 1701, o próprio governo português, muito interessado no desenvolvimento da agroindústria da cana-de-açúcar, pois esta lhe fornecia bons lucros, adotou uma medida para tentar resolver a situação. Proibiu a criação de gado nas áreas de agricultura de cana no litoral. Com isso, a criação de gado deslocou-se para o Agreste.

Posteriormente, com a expansão e o desenvolvimento da policultura no Agreste, a criação de gado deslocou-se ainda mais para o interior do Nordeste, atingindo o Sertão e o vale do Rio São Francisco. Foi à criação de gado, responsável pelo povoamento do interior do Brasil.

A expansão da criação de gado para o interior do Nordeste se deu a partir de três lugares: Olinda e Recife, em Pernambuco, e Salvador, na Bahia.

O vale do Rio São Francisco foi à região que ofereceu as melhores condições naturais para a expansão do gado. A criação de gado desenvolveu-se aí de tal maneira que o Rio São Francisco passou a ser chamado de rio dos currais.

A pecuária foi responsável pelo povoamento do sertão nordestino da Bahia ao Maranhão. Foi um excelente instrumento de expansão e colonização do interior do Brasil. Com ela surgiram muitas feiras e povoados, que posteriormente deram origem a cidades, como por exemplo Feira de Santana, na Bahia.

Foi nesse contexto da expansão da bovinocultura no sertão que surgiu o município de Coronel João Sá, a princípio conhecido por Bebedouro.

Seu povoamento iniciou-se em meados do século XVIII, em conseqüência do gado que vinha do litoral sergipano, como no primórdio da colonização não aviam estradas os rios eram um guia, e por ser uma região árida e seca, falando em seca a pior seca que se tem notícia aconteceu em 1877, onde a fome e epidemia mataram aproximadamente metade dos homens e animais da região, forçando paradas para abastecimento e iniciando um processo de povoamento desta região, desta sedentarização surgiu um arraial denominado Bebedouro em virtude da existência de um poço.

Com a freqüente passagem de diversas boiadas, Bebedouro foi crescendo, uma das primeiras famílias que formaram Bebedouro foi a família de Chiquinho do Rio do Peixe, a primeira casa de tijolos foi construída em 1912 pelo Sr José Frutuoso dos Anjos, esta casa encontrasse na praça Santo Antônio. José Frutuoso dos Anjos, também foi responsável pela construção do cemitério e reforma da igreja, dinheiro doado por Lampião a quantia de 100$00 (cem mil réis), a imagem de Santo Antônio chegou ao povoado no dia 18 de janeiro de 1901, começando a devoção a Santo Antônio. No ano de 1920 o povoado Bebedouro seria contaminado por uma epidemia denominado bexiga, poucas pessoas não foram contaminadas. Bebedouro seria reconhecido como povoado em 1927. A principio este povoado e a região vizinha eram dentro do estado de Sergipe esse problema foi resolvido com o estado de Sergipe com um convênio assinado em 28 de outubro de 1921. A linha divisória parte do rio Xingo, descendo então até a confluência com Vasa-Barris.

Esse povoado foi foco da atenção de diversas pessoas que resolviam passar pela aquela localidade, entre essas pessoas destacamos Virgulino Ferreira da Silva, o famoso lampião e seu bando como Curisco, Anjo Rock, Zé Sereno, Moita Braba, Balão etc, que por muitas vezes se estabeleceram em Bebedouro, tinha o Coronel João Sá como coiteiro na região de Jeremoabo, aqui tinha como barbeiro o senhor Ozeias. Lampião chegou neste povoado em 1° de maio de 1929 hospedando-se na casa do capitão Augusto Pinheiro. Lampião amedrontou muita gente aqui, lembra o Sr Francisco Gregório dos Santos , 94 anos, que hoje mora em Pedra Mole Sergipe, desde 1935, que chegou a ver vários cangaceiros aqui em nosso município, e fugiu daqui justamente por causa de Lampião.

A criação de gado somada ao cultivo de algodão resultou no crescimento daquele povoado com aproximadamente 485 habitantes, que seria elevado a categoria de distrito de Jeremoabo no ano de 1943, pelo capitão Bento Nolasco prefeito de Jeremoabo, com a denominação de Iguaba, palavra de origem indígena que significa lugar onde se bebe, bebedouro. Palavra que por diversas vezes era mencionado pelo soldado Leocádio quando se embriagava. E aquele distrito foi crescendo, e por volta de 1955 surge a primeira escola, o Grupo Escolar Juracy Magalhães, a primeira professora de Iguaba foi Paulina, o analfabetismo era grande chagando até ser o maior do Brasil, era uma ilha de letrados num mar de analfabetos.

Até meados do século passado não se pode falar de Bebedouro ou Iguaba sem falar da subordinação em relação a Jeremoabo, mas esta situação foi mudando, o sentimento de emancipação foi tomando conta daquele distrito, até que em 1962 Iguaba seria elevado a categoria de cidade com o nome de Coronel João Sá.


3- POR QUE CORONEL JOÃO SÁ

Afinal, quem criou nosso município Quem fundou a cidade de Coronel João Sá foi José de Justino dos Santos junto com Dr. Carvalho de Sá, então prefeito de Jeremoabo, e Francisco Timóteo Dias, entre outras pessoas. A fundação desta cidade foi resultado de um jogo político entre as elites políticas do povoado com as autoridades governamentais de Jeremoabo. O senhor José de Justino dos Santos, propôs a Dr. Carvalho de Sá a criação daquela cidade, pois a cidade iria receber o nome de Coronel João Sá, que era pai de Dr Carvalho de Sá, pois este tinha morrido alguns anos antes da fundação desta cidade. O prefeito de Jeremoabo ficou bastante empolgado, homenagear seu pai com o nome daquela futura cidade. Então assim foi feito, no dia 28 de Julho de 1962 o distrito de Iguaba seria elevado à categoria de município com o titulo de Coronel João Sá, segundo a lei estadual n° 1.976.


4- QUEM FOI CORONEL JOÃO SÁ

Mas afinal, quem foi Coronel João Sá este político que pouco conhecemos. Quem assiste nossa História de fora para dentro imagina um político que deixou um legado, ao mérito de receber o nome deste município. O Sr Coronel João Sá, batizado de João Gonçalves de Sá, é da família Gonçalves Sá tem sua origem em Alagoas e Bahia. Em meados do século XIX, instalara-se, no município de Jeremoabo, um moço alagoano, de Água Branca, que veio a ser, posteriormente, dono da Fazenda Torá. Cansando-se, nasceu Jesuíno Martins de Sá (pai do Coronel João Sá), a quem estava reservado grande lugar na comunidade sertaneja. Crescendo, educado na escola e no trabalho continuado, ditado pelo pai, Jesuíno fez progresso, conquistando cedo, a sua independência econômica, no comércio da cidade, tendo, após, contraído matrimônio com Dª. Delfina Gonçalves (mãe do Coronel João Sá), viúva do Senhor de Engenho Romão.

Deste casamento nasceram os seguintes filhos: Jesuíno Martins de Sá Junior, Emílio Martins de Sá, João Gonçalves Sá (o Coronel João Sá), José Gonçalves e Lydia de Sá Carvalho, que veio a casar-se com o Coronel Bento Nolasco de Carvalho. O primeiro destinou-se ao comércio, o segundo a medicina, o terceiro ao comércio e o quarto à engenharia.


5- CORONEL JOÃO SÁ DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA AOS DIAS ATUAIS

Depois da Emancipação Política a História de Coronel João Sá é marcada por uma sucessão de prefeitos que chega até a atualidade. O primeiro prefeito deste município foi José de Justino dos Santos, que assume o poder, e que vai influenciar diretamente a política deste município por quase quatro décadas, chegando a ser prefeito por quatro vezes e indicando seus sucessores.

José de Justino, foi eleito em 28 de Julho de 1962 vencendo Paulo Gomes, tomando posse em 1963, ficando no poder até 1967. Entre as realizações deste mandato destacou-se, a construção da Escola Estadual Coronel João Sá (atual Escola Municipal Professora Maria Dalva Castor da Silva) em 1967, construção de estradas, e ainda a criação do povoado Gasparino, em 1964. O mandato de José de Justino, chegava ao fim, e ele indica para sua sucessão o Sr José Pereira de Andrade mais conhecido por Zé Demócrito. Que foi eleito em 1966, tomando posse em 1967 e ficando no poder até 1970.

Entre as realizações de Zé Demócrito merece destaque a construção da Escola Nova Coronel João Sá ainda em 1967, o calçamento das primeiras ruas, o Matadouro Municipal, o prédio da Prefeitura e o Grupo Escolar do Gasparino. José de Justino é novamente eleito em 1970, e tomando posse em 1971.

No segundo mandato de José de Justino foram construídos prédios escolares pelo interior e calcamento de algumas ruas. Em 1974 chega o fim do mandato de José de Justino e ele indica para sua sucessão Valdomiro Pereira que foi também eleito. Que ficou no poder de 1975 a 1978.

Entre as realizações do mandato de Valdomiro merece destaque, o calcamento da Rua Dr. Oliveira Brito, a construção de 13 prédios escolares pelo interior e quatro açudes, ainda em 1976, começou a funcionar, mesmo sem prédio, o Colégio Dr Roberto Santos que atendia alunos de 1ª a 8ª série, e que funcionou até 1980. Em 1978 foram realizadas novas eleições José de Justino disputa a eleição com José Pinto dos Santos popularmente conhecido por Lié, aonde José de Justino veio a vencer mais uma vez, tomando posse em 1979 e ficando no poder até 1982.

Neste mandato entre suas realizações merecem destaque a energia elétrica da cidade, o quartel, a construção da Praça Dr. Vieira de Melo (Atual Praça ACM), a construção da Escola Municipal Dr Rui Barcelar (atual Escola Municipal Dr. Rui Barbosa) em 1981, e ainda o calçamento de algumas ruas. Com o fim do seu terceiro mandato, José de Justino indica, o Sr Antônio José dos Santos o Toinho da Veneza para sua sucessão, que disputando a eleição com Lié, aonde Toinho da Veneza veio a vencer. Toinho da Veneza, que vai ocupar um pleito de seis anos (1982-1988), o mais longo de nossa história. Durante essa disputa eleitoral, durante a realização da já tradicional Missa do Vaqueiro, acontece o assassinato de Dada em 1988, por motivos políticos. Esse crime levou o fim, desta festa em nosso município que já era muito tradicional.

Antônio José dos Santos, no seu mandato merece destaque para as seguintes realizações, a construção da Delegacia, a construção do Colégio Municipal Coronel João Sá em 1981, e o prédio da antiga EMATERBA e ainda, a instalação do sistema de TV. Quebrando a política de revezamento onde José de Justino indicava e era indicado, para a sucessão de Toinho da Veneza, é indicado José Romualdo, que já era vice-prefeito, que veio a disputar a eleição com Lié (seu futuro Vice). A eleição foi realizada em 1992, aonde Romualdo veio a vencer, este que ficaria de 1993-1996 no poder.

No mandato de Romualdo é marcado pela realização de diversas obras entre eles a construção do Estádio de Futebol, a construção da Cesta do Povo, a construção da Escola de 2° Grau Justino Rozendo dos Santos (atual Escola Estadual Santo Antonio), construção de 3 barragens, de casas de farinhas, reformas de 3 escolas, construção do moinho de milho, da oficina de corte e costura, da construção do posto telefônico do povoado Queimada do Milho, a ponte da Pedra da Igreja, a construção de uma quadra de esporte, recuperação de estradas e sua principal obra a implantação dos sistema de abastecimento de água e esgoto. Com o fim do seu mandato em 1996, Romualdo apóia José Adelmo dos Santos, que é filho de José de Justino, para concorrer a esta eleição surge como oposição o Sr Wilson Sobral. Adelmo veio a vencer, tomando posse em 1997, e ficando no poder até 2000.

O mandato de Adelmo é marcado pela realização de diversas obras, entre suas obras merece destaque à construção de 5 escolas na zona rural, recuperação de 13 escolas, a construção da Escola Luis Eduardo Magalhães, a Escola Maria Nalva, a construção da Creche, a construção da barragem da ladeira do pau melado, a construção da ponte dos Timóteos e sua principal obra que foi a pavimentação da BA-391. O fim do mandato de Adelmo é marcado discordância política, aonde Romualdo veio a se opor, lançando candidatura própria. Com a aprovação da reeleição de prefeito, Adelmo é candidato também, contra Romualdo. Esta nova eleição é marcada por grande euforia popular, é uma das mais democráticas de nossa história. Romualdo sai eleito, e tem como vice Lié, que por diversas vezes foi candidato a prefeito, não chegando ao cargo de prefeito ele chega a ironizar não cheguei na sela, mas cheguei na garupa.

Romualdo assume seu segundo mandato em 2001, neste mandato é marcado pela realização de obras como reforma de praças, a construção do Auditório José Frutuoso dos Anjos, o calçamento do Bairro Sanharol, e outras ruas, a construção de 50 casas populares, Creche no Povoado Gasparino, Posto do INSS, e outras realizações. Em 2004, é realizada nova eleição, desta vez pela primeira, três candidatos disputa o cargo de prefeito, entre eles, Romualdo, Adelmo e Edilberto. Romualdo é reeleito prefeito, em 2004, tomando posse em 2005.

Romualdo é o primeiro prefeito na história municipal a ocupar dois mandatos consecutivos. Neste novo mandato é marcado pela luta, da construção da Barragem Gasparino.

Fonte: IBGE

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