Os informes exatos a respeito do Morro Azul começaram a aparecer, entretanto, no primeiro vintenio do século XIX, quando a Vila de Moji-Mirim para lá enviou os primeiros povoadores. Em 1817, Manoel De Barros Ferraz e a família Galvão, procedente de Itu, representada por Joaquim Galvão de França requerem a primeira sesmaria nos sertões do Morro Azul, logo depois vendida; grande parte dessa gleba transformou-se mais tarde, na fazenda Ibicaba, e o senhor Nicolau Vergueiro, associado ao Brigadeiro Luiz Antonio, fundou aí o Engenho de Ibicaba, dedicada ao fabrico de açúcar e criação de animais, realizando um grande trabalho de colonização.
No ano seguinte foi concedida a segunda sesmaria à família Góes Maciel e, três anos depois, uma outra concessão aos irmãos Pereira, no lugar denominado Ribeirão Claro, onde formaram uma grande fazenda de criação - o "Curral dos Pereiras", onde, em 1822, com a criação da Vila da Constituição, hoje Piracicaba, começou a formar-se um povoado, que se denominou São João Batista do Ribeirão Claro. Outra sesmaria importante foi concedida às margens do rio Corumbataí: a do capitão Francisco da Costa Alves, em cuja fazenda erigiu uma capela, sob a invocação de São João Batista.
A partir das concessões de sesmaria, começaram a chegar fazendeiros abastados, trazendo escravos, agregados, força e dinheiro. Dentre os primeiros colonizadores destacaram-se os Costa Neves, Os Góes, Paes de Arruda, Senador Vergueiro, Paes de Barros, Cardoso de Negreiros e outros. Mais tarde, imigrantes suíços e alemães foram introduzidos pelo Senador Vergueiro, através de sua colônia Agrícola de Ibicaba que, não se ajustando fixaram-se na área urbana.
O Padre Delfino (Delfin da Silva Barbosa), quando celebrou missa na sesmaria do Corumbataí, de seu amigo Francisco da Costa Alves, trouxe consigo a imagem de São João, que passou a ser o padroeiro da região.
Os habitantes do local, pleiteando a vinda do Padre para perto de seus lares, construíram uma casa paroquial e uma igrejinha, improvisada nas terras de Manoel Paes Arruda, em torno da qual surgiram novas construções, casas residenciais e de comércio.
A vista dessas iniciativas, Paes Arruda e Manoel Afonso Taborda doaram como Patrimônio de São João Batista, a área para edificação da futura cidade e de igreja definitiva. Em 1926, quando se cogitou a transformação do lugarejo em capela curada, houve divergência quanto à fixação da localidade, visto que tanto os que possuíam propriedades ao sul do Curral do Pereiras como os que a possuíam ao norte da Fazenda Costa Alves se avocavam esse direito. Antonio Paes de Barros, mais tarde Barão de Piracicaba, a quem foram delegados poderes para escolha do local, deliberou que fossem comprados os terrenos do chapadão, confinantes com o Curral dos Perreiras e pertencentes a Manoel Paes de Arruda e Manoel Afonso de Taborda. Nesse sentido, alguns moradores dirigiram petição ao vigário capitular, em São Paulo, em que se mostrava a conveniência de ser criada a capela curada em São João Batista do Ribeirão Claro, sendo a pretensão atendida em 1827, quando ainda continuava o Padre Delfino na capelinha improvisada quando. Somente no ano seguinte ele se transferiu para a nova matriz ainda inacabada e, em 1830, foi elevada a Freguesia com o nome de Capela Curada de São João do Rio Claro.
Foi concedida a Companhia Paulista de Estrada de Ferro a ligação entre Campinas e Rio Claro, inaugurada em 1876. Uma nova Ferrovia, ligando Rio Claro a São Carlos e Araraquara, foi construída entre 1881 e 1885, pela Companhia de Estradas de Ferro do Rio Claro, mais tarde adquirida pela Companhia Paulista, atual FEPASA.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São João Batista de Rio Claro, pelo Decreto Imperial, de 09-12-1830, subordinado ao município de Piracicaba.Pela Lei n.º 25, de 08-03-1842, transfere o distrito de São João Batista de Rio Claro do município de Piracicaba para Limeira.
Elevado à categoria de vila com a denominação de São João do Rio Claro, pela Lei Provincial n.º 13 de 07-03-1845, desmembrado dos municípios de Limeira e Mogi Mirim. Constituído do Distrito Sede. Sede na antiga vila de São João Batista de Rio Claro.
Pela Lei Provincial n.º 5, de 05-07-1852, e por Decreto Estadual n.º 9, de 08-01-1890, é criado distrito de Itarapina e anexado a vila São João Batista de Rio Claro.
Elevado à condição de cidade com a denominação de São João do Rio Claro, pela Lei Provincial n.º 44, de 30-04-1857.
Pelo Decreto Estadual n.º 105, de 17-12-1890, é criado o distrito de Anápolis (ex-povoado), e anexado ao município de São João do Rio Claro.
Pela Lei Estadual n.º 505, de 21-06-1897, é desmembrado de São João do Rio Claro o distrito de Anápolis. Elevado à categoria de município.
Pela Lei n.º 262, de 30-04-1894, é criado o distrito de Santa Cruz da Boa Vista e anexado ao município de Rio Claro.
Pela Lei Estadual n.º 884, de 31-10-1903, é criado o distrito de Itaqueri da Serra e anexado ao município de Rio Claro.
Pela Lei Estadual n.º 975, de 20-12-1905, o município de São João do Rio Claro tomou a denominação de Rio Claro.
Pela Lei n.º 1.011, de 13-10-1906, é alterada a denominação do distrito de Santa Cruz da Boa Vista para Ipojuca.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 4 distritos: Rio Claro (ex-São João do Rio Claro), Ipojuca (ex-Santa Cruz da Boa Vista), Itaqueri da Serra e Itirapina.
Pela Lei Estadual n.º 1.527, de 27-12-1916, é criado o distrito de Santa Gertrudes e anexado ao município de Rio Claro.
Pela Lei Estadual n.º 1.669, de 27-11- 1919, é criado o distrito de Corumbataí e anexado ao município de Rio Claro.
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o município é constituído de 6 distritos: Rio Claro, Corumbataí, Ipojuca, Itaqueri da Serra, Itirapina e Santa Gertrudes.
Assim permanecendo em divisão administrativa referente ao ano de 1933.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 7.031, de 25-03-1935, são desmembrados do município de Rio Claro os distritos de Itirapina e Itaqueri da Serra, para constituir o novo município de Itirapina.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 4 distritos: Rio Claro, Corumbataí, Ipojuca e Santa Gertrudes.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 14.334, de 30-11-1944, o distrito de Ipojuca passou a denominar-se Ipeúna.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, município é constituído de 4 distritos: Rio Claro, Corumbataí, Ipeúna (ex-Ipojuca) e Santa Gertrudes.
Pela Lei Estadual n.º 233, de 24-12-1948, são desmembrados do município de Rio Claro os distritos de Corumbataí e Santa Gertrudes, elevados à categoria de município. A Lei Estadual acima citada cria os distritos de Ajapi e Assistência anexando-os ao município de Rio Claro.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, município é constituído de 4 distritos: Rio Claro, Ajapi, Assistência e Ipeúna.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02-1964, é desmembrado do município de Rio Claro o distrito de Ipeúna. Elevado á categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 3 distritos: Rio Claro, Ajapi e Assistência.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Fonte: IBGE